segunda-feira, 9 de julho de 2012

Lembranças do Rio das Antas

No rio das Antas existiam muitas variedades de peixes. Antigamente as pessoas moravam na beira do rio. Eram centenas de famílias que habitavam as margens do rio, pois os primeiros imigrantes se instalaram por ali por considerar que era mais fácil por causa das águas para irrigar as plantações em época de seca. Nas margens do rio plantavam milho, amendoim, batata doce, feijão, aipim, e outras variedades, derrubavam as matas e depois queimavam os roçados, deixando tudo limpo para as plantações que cresciam e produziam fartura para alimentar as famílias que por ali viviam.

Eu morava a 500 metros da ponte entre Nova Roma do Sul e Farroupilha, naquela estrada de terra que existe até hoje, que liga a ponte à localidade de Pinto Bandeira. Recordo que eu tinha uns oito anos e meu pai trabalhava na construção da ponte de ferro, em seu lugar funcionava uma balsa que fazia a travessia para os que necessitassem. Lembro que eu e meus irmão brincávamos sobre a ponte, corríamos de um lado a outro, gritávamos muito comemorando ao chegarmos em primeiro lugar.

Hoje tenho no registro de nascimento 88 anos, pois naquele tempo os pais registravam vários filhos de uma só vez, e muitas vezes as datas não eram muito corretas. Meus pais nos alimentavam com morangas, batata doce, aipim, galinhas que eram criadas no terreiro, às vezes comíamos carne de caça e peixes que eram fartos nessa época. Tudo era muito distante, mas as pessoas eram felizes e se ajudavam. Qualquer ida à vila mais próxima, era uma dificuldade. Hoje as pessoas reclamam de barriga cheia. Desse tempo só restaram às lembranças, tudo foi coberto pelo mato. Só o rio permanece, mas não é mais o mesmo. Antes limpo, podíamos tomar banho e até beber suas águas, hoje é um fio de água escura e que quase não tem mais peixes

Obs: Esta narrativa foi feita por  Antônia Consorte Zanella aos 88 anos, no final do mês de maio. No dia 10 de junho de 2012 Antônia faleceu, no município de Nova Roma do Sul.

Texto: Tamiris De Bastiani e Aline Ana Cansan
Colégio Estadual Nova Roma - 1º ano E.M - Turma 102

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Festa Junina C.E.N.R


Com apresentações artísticas, muita pipoca, pinhão, amendoim, quentão, e variadas brincadeiras, alunos, professores, pais e comunidade se divertiram na tradicional Festa Junina do Colégio Estadual Nova Roma. A alegria tomou conta do arraial da Escola ornamentado por professores e alunos.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Visita à Universidade

Atividade realizada pelos alunos do Ensino Médio do Colégio Estadual Nova Roma, no dia 13 de junho de 2012, em visita a Universidade de Caxias do Sul, para uma oficina sobre como alimentar um blog, e para conhecer os laboratórios de teledifusão da UCS. 

A atividade faz parte do projeto Taquari-Antas, no qual os alunos do primeiro ano estão empenhados em buscar informações sobre o rio, entrevistando pessoas da comunidade, elaborando textos, produzindo fotos, buscando fotos antigas do rio, construindo comparativos entre o presente e o passado. Postamos aqui algumas das fotos da viagem até a UCS. 

Texto: Roberto Comin
Foto: Roberto Comin

A Viagem da Pesada

Nesta quarta-feira nossa turma foi para Caxias do Sul, na UCS, fazer um projeto online. Saímos de Nova Roma do Sul por volta de meio-dia e meia em um micro-ônibus sem condições adequadas: faltava estofado nos bancos, a lataria estava solta e a porta não fechava mais.

O momento crítico ocorreu após atravessarmos a balsa, quando sentimos cheiro de queimado. O motorista logo explicou que deveria ser o disco e que mesmo assim continuaríamos o trajeto. Porém, não demorou muito para que o micro não tivesse mais forças para subir. Foi quando o motorista pediu para todos descerem para diminuir o peso.

Com menos carga, o ônibus subiu mais um pouco, então embarcamos novamente. Porém, não deu muito certo e o micro voltou a derrapar. Para solucionar isto, o motorista teve a ideia de subir de ré. Outra tentativa falha.

Não teve jeito, foi preciso chamar outro ônibus, de Nova Pádua, para prosseguir viagem. Depois de tudo isso chegamos em Caxias do Sul e conseguimos produzir este belo texto.

Texto: Pietro Santi e Vinicius Panazzolo

No caminho das águas

Hoje, dia 13 de junho, a turma do primeiro ano do Colégio Estadual Nova Roma, veio para a Universidade de Caxias do Sul para conhecer a faculdade, no setor de jornalismo e para dar continuidade ao projeto TaquariAntas, realizado alguns dias atrás com os professores, alunos e com a comunidade. Fui escolhida para dar uma entrevista à rádio da Faculdade, que se chama Frispit. Foi uma experiência muito interessante para mim, pois pude conhecer como é realmente essa profissão.
  
O projeto tem tendência de conhecer mais os rios, sabermos como era antigamente, se ocorreu muitas mudanças com as construções das barragens, e compararmos como está hoje. Nós jovens, devemos conhecer como foi a história desses rios e devemos saber como elas estão agora.

Após esse trabalho, que nos proporcionou conhecer o nosso passado, concluo que precisamos cuidar muito bem dos nossos rios, eles fazem parte da nossa história, precisamos nos conscientizar que as histórias não podem acabar. Devemos continuá-las para os outros, para que todos possam descobrir e se maravilhar com a nossa história.

Texto: Eloísa Bortolanza
Foto: Divulgação

Que riqueza é essa que temos?

Passear com os colegas, professores e amigos é muito bom, ainda mais com todos os acontecimentos imprevistos que ocorreram na viagem.

Todos se encontraram na praça matriz e juntos fomos a Caxias do Sul, visitar a Universidade de Caxias do Sul para aprimorar nossos conhecimentos sobre o nosso Rio Taquari-Antas.

Lá conhecemos vários lugares novos, onde acredito que todos gostaram e nunca esquecerão.

É bom termos aulas para podermos saber mais  as riquezas que temos em nossa cidade, histórias que aconteceram com nossas gerações passadas em relação ao rio.Conversar com pessoas que puderam ver as mudanças que ocorreram no rio, pessoas de gerações passadas que acabaram passando muita parte de suas vidas trabalhando, se divertindo com a família e seus amigos.

Mas nós também temos algumas histórias sobre o rio, não tão antigas quanto nossos avós, mas histórias que marcaram nossa cidade.

Não lembro muito da construção da Usina Hidrelétrica Castro Alves, mas quando olho fotos consigo lembrar pequenos detalhes da construção. Eram muitas pessoas estranhas em nossa cidade; pessoas de vários lugares do país. Algumas dessas pessoas gostaram da nossa cidade e continuam  morando aqui, construindo amizades, conhecendo pessoas com  diversos costumes.

Lembro também que haviam construído uma ponte para passar os caminhões que eram carregados de cimentos e ferros para a construções. Era uma tarde de domingo com muita chuva, temporal e a água levou a ponte e não sobrou praticamente nada dela.

Para podermos ir aos nossos vizinhos de Nova Pádua e Farroupilha temos que atravessar por meio de ponte ou pela balsa, que também é um dos pontos que marcam nossa cidade. A ponte antiga e construída manualmente por nossos antepassados também é um ponto turístico.

E assim vamos aprendendo cada vez mais sobre onde moramos e futuramente poderemos contar tudo que aprendemos para nossos filhos, netos e amigos.

Texto: Dalía Volpato Klóss

Utilização e Contaminação da Bacia Taquari-Antas

Hoje fizemos a entrevista com Julio Cesar de Borba, 31 anos, empresário do ramo de aventura que utiliza o Rio das Antas para o Rafting e outros esportes de aventura. Depois da construçao da usina hidrelétrica Castro Alves, Julio afirma que ficou difícil a utilização do rio para o esporte de aventura devido à diminuição do nível de água.

Outro fato que preocupa o empresário é o esgoto não tratado cair diretamente no Rio das Antas. Algumas cidades utilizam usinas de tratamento que desaguam nos arroios,como é o caso do Rio Tega, de Caxias do Sul. "Porém, o lixo visual não é tratado, esses quem deveria receber um verdadeiro tratamento são as pessoas que jogam esses materiais e outros diretamente no rio. Infelizmente vai demorar muito para que todos tenhamos consciência ecológica" relata Julio.

Texto: Germano Terribile e Júlia Forlin
Foto: Arquivo Pessoal/Julio César de Borba